quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dignidade

A FECO Portugal - Associação de Cartoonistas em parceria com a Amnistia Internacional, organizam pela segunda vez uma Exposição Internacional de Cartoon, desta vez sob o tema "Dignidade". São mais de 100 autores de 37 países, com uma participação portuguesa siginficativa.
Também participei e contribuí com este cartoon. Demorei algum tempo a chegar a uma ideia. Ao contrário do que pensava, o tema digindade não é fácil. Mas aqui está ele.

Este é o cartaz do evento, com toda a informação importante. Esta exposição tal como a do ano passado vai ser itinerante e segue, depois de Lisboa, para a Lousã. A inauguração é já esta quinta-feira e estão todos convidados a aparecer. O grupo musical Anunamanta faz as honras de abertura. Não pode perder. É perto. É em Campolide!

3 comentários:

Duarte disse...

Não percebo como é que "Pedro Ribeiro Ferreira" e "dignidade" podem estar presentes na mesma frase, mas ok...

:)
Óptimo desenho, mais uma vez!
Abraço
Video Man

fã de terceira idade disse...

A ideia é fantástica e presumo que a Mafalda tenha sido uma fonte de inspiração

BL disse...

Confesso que o tema em si é bastante difícil de desenhar ou abordar, uma vez que é complexo e diz respeito a todos nós enquanto seres humanos.
Eu próprio não sei como falar de Dignidade, sem evitar de pensar no nosso mundo e sociedade dita "moderna" e "civilizada", cheia de injustiças, desigualdades e mentira.
Não é necessário ir muito longe para encontrar sinais destes flagelos da nossa sociedade.
Basta sair de casa todos os dias de manhã para ir trabalhar e deparar-mo-nos com o pessoas como nós que não têm acesso ao que tomamos como certo e garantido todos o dias. Pessoas que não podem ter uma habitação chamada "decente", aos cuidados de saúde mínimos, a uma educação que permita que tenha outras condições de vida, a que possa ter pelo menos uma refeição decente por dia, em suma a uma Dignidade, uma qualidade de vida minimamente decente.
E estou apenas a citar uma situação muito "habitual" nas sociedades do ditos países desenvolvidos. Ao vermos os notíciários, ao ler os jornais, ao acedermos à informação disponibilizada pela internet, salta à vista as condições de vida de grande parte das populações dos países "sub-desenvolvidos" e em "vias de desenvolvimento" do continente africano, asiático e sul-americano.
Nestes dias que correm, enquanto uma pequena minoria, tem acesso a uma quantidade de bens, de serviços, de luxos ou extravagâncias, uma outra maioria debate-se todos os dias com dificuldades para viver o seu dia-a-dia. E se nada for feito, estas assimetrias económicas, financeiras e socais irão crescer de uma forma exponêncial a uma escala global.
(...) O rol de atentados à dignidade não tem fim. Encontramos tudo isto, e países como a Serra Leoa, na Libéria, no Sudão, no Chade, na Birmânia, na Indonésia, no Vietname, nas Honduras, no Perú, na Somália, e muitos outros países
E no entanto ninguém se digna a pensar nisto. Os franceses põem-se a incendiar carros na rua, a partir e a pilhar lojas, a cortar estradas, a fechar refinarias e aeroportos, tudo por causa do aumento da idade de reforma que passa dos 60 para os 62 anos! Se eles não tivessem uma côdea de pão na mesa todos os dias, já teriam feito outra revolução de certeza. Cá em Portugal já estamos nos 65 anos e tudo indica que não irá ficar por aí.
O actual modelo de vida estabelecido pela sociedade moderna, consumista e egoísta provou estar errada. Não só cria assimetrias, desigualdades e injustiças, como também põe em causa o mundo em que nós vivemos. É altura para pararmos todos e pensarmos se é isto o que queremos para nós e os nossos filhos, a sério!
Não vale a pena reformular teorias económicas e sociais, caducas e desadequadas aos nossos tempos. O que tiver que ser feito tem que ser profundo e mais justo para todos.
(...) Thomas Moore tinha a sua Utopia. A sua obra era mesmo isso uma utopia! Porque é que não poderemos mudar o sentido da palavra para algo melhor em vez de ser algo que todos nós idealizamos mas nunca será alcançado?
Talvez seja devido à nossa natureza "humana" que nos torna imperfeitos de certo modo, mas que no entanto, permite-nos entender que o somos e o que poderemos vir a ser em cada tentativa de nos superarmos.
E com esta fico por aqui.