domingo, 26 de julho de 2009

Brüno

Adoro ir ao cinema, quer seja um Harry Potter no Alvaláxia (com pipocas), quer seja um filme iraniano no King Triplex. Não sou esquisito. Até aguento um quarto de hora de um filme do Manuel de Oliveira.
Foi na condição de pseudo cinéfilo que fui ver o filme Brüno. Não sei bem se se trata de um filme. É uma espécie de documentário de apanhados, pornográfico, obsceno, nojento, genial! Metade da sala abandonou a meio enquanto a outra metade ria desalmadamente como se não houvesse amanhã. O meu caso foi grave, ia sendo hospitalizado com uma crise de asma aguda. Achei que ia rebentar qualquer coisa cá dentro, as minhas entranhas iam saindo para fora.

Quem é este Sasha Baron Cohen? Um pássaro? Um avião? Um louco? Um génio? Fica a dúvida. Só sei que estica a corda, vai aos limites, leva tudo à frente, arrisca a vida ou no mínimo arrisca-se a levar uma valente sova. É um humor hard core sem contemplações.

No Ali G nem reparei, o Borat estranhei mas depois entranhei e foi a partir daí que me entusiasmei. O Brüno é a cereja no topo do bolo de uma galeria de personagens nunca vista.

Para quem não está a perceber patavina do que estou a falar eu explico. Estou a falar de um actor cómico inglês, judeu praticante, que encarna os personagens que inventa, um brother de um gang (Ali G), um jornalista do Cazaquistão (Borat) e um jornalista austríaco gay (Bruno) e vai para a rua com uma câmara atrás basicamente para mostrar o quão patéticos são os americanos. Vale a pena.

NOTA: O Cartoon não tem nada a ver com orientações sexuais, mas sim com a maneira superficial e futil com que o nosso país é governado.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sporting 5

Quando me vêm com a conversa "Luís Figo é um Senhor!" lembro-me sempre da crina que este "Senhor" alardeava nos primórdios da sua carreira. Não digo que se trata de uma "Senhora" mas tem comportamentos de alto risco dignos de tal. Há provas para além dos penteados. Ora ostenta (ou ostentava) uma abundante carpete peitoral resultante da acção natural da testosterona, ora aparece todo liso que nem um adónis. Homem que é homem não rapa o pêlo, muito menos se depila a laser, quando muito à navalhada! São homens de pouca fé, os que não acreditam no design de Deus, que passam a vida a contrariar a natureza. Se viémos ao mundo com pêlos é porque fazem falta. Esta teoria só se aplica aos homens evidentemente.
Mas em relação ao "Senhor" Luís Figo tive um grande desgosto amoroso. Herdei as dores dos catalães. Lembro-me de assistir a um jogo no Nou Camp, antes da grande traição, e de estar todo orgulhoso do meu compatriota. "Hei hombre, Yo también solo portoguese como el Figo!" disse eu muitas vezes entusiasticamente aos meus companheiros de bancada para fazer conversa.
Aquela transferência para o Real Madrid foi indecorosa e a conversa do "sou um profissional" um alibi esfarrapado. Quando as pessoas recorrem ao "sou um profissional" estão a dizer, "nunca na vida faria esta alarvidade ou iria contra a minha dignidade desta maneira abrupta não fosse o numerário que me apresentaram". A verdade é que o dinheiro pesou-lhe nas pernas e nunca mais foi o mesmo jogador.
Enterrei o Figo de vez quando o vi festejar histericamente um golo que o Inter marcou ao Sporting.
O processo do João Moutinho tem parecenças com o do Figo. Também teve o seu estado de graça até se ter lembrado de convocar uma conferência de imprensa para dizer ao mundo que queria sair do Sporting a todo o custo. Esta caricatura querida e simpática foi feita antes dessa conferência de imprensa. Se soubesse o que sei hoje teria lutado para que não fosse figura de capa do livro das Caretas.
Um capitão de equipa a dizer que quer sair?! Nem que fosse sodomizado diariamente no balneário! Não sabem o emblema que representam. Jogar no Sporting é o ponto mais alto da carreira de qualquer jogador e não um trampolim para jogar noutro clube qualquer.
Ricardo Sá Pinto, este sim um verdadeiro leão vindo do norte. Vestia a camisola com orgulho e comia a relva. Tinha uma dentição apropriada. Não era tão virtuoso tecnicamente como o Figo ou como o Cristiano Ronaldo mas batia-os aos pontos na atitute em prol do Sporting. Teve azar com as lesões senão teria sido uma figura ainda mais marcante do clube.

E pronto, vou fazer uma pausa neste tema. Já não me apetece falar mais no Sporting. Bastaram dois jogos de preparação. Já estou a pensar na época 2010/11. Benfiquistas, Portistas e Paço de Ferreiristas desiludidos com o rumo que este blogue tomou nos últimos tempos podem voltar. Este assunto só voltará à baila quando o Sporting voltar a ganhar. Pode demorar.

Sporting 4

No seguimento desta overdose sobre o Sporting não podia deixar de falar da mítica Juventude Leonina. Em tempos, que já me parecem de outra reencarnação, fiz parte desse bando de malucos. Na altura, os filhos do João Rocha eram os "bosses". Com o fumo, as bandeira e o pano gigante a passar, praticamente não se viam os jogos, mas isso era o menos importante. Cheguei a ter uma bandeira com 3 metros de altura, nesse tempo podia-se entrar com paus para dentro do estádio. Com paus, pedras, cocktails molotovs ou granadas que ninguém se importava. Os jogos da UEFA eram às 21h e nós iamos para o estádio às 14h. Tinhamos de ficar 3 horas em pé aos empurrões até entrarmos. A Juve Leo fazia sempre umas animações antes dos jogos. Foi numa dessas animações em que eu estava de tal maneira animado que não reparei num tipo que me empurrou bancada abaixo até ficar pendurado com a mão no arame farpado. Ainda hoje ostento com orgulho essa cicatriz. É o meu ferimento de guerra. Sim guerra, a Juve Leo foi a minha tropa. Ir ao estádio da Luz nesta claque equivalia a uma ida de barco para o Ultramar.
Não me conformo com o nosso novo estádio. Quem foi o iluminado que se lembrou de adjudicar a obra a um benfiquista encartado como o Taveira?! O Sporting supostamente é o clube dos tios queques, com bom gosto, mas afinal deve haver muitos pé de chinelo infiltrados. Sempre que me aparece o Estádio de Alvalade no horizonte apanho um susto. Aqueles azulejos são grotescos, aquilo é o cúmulo da pirosada, é de um mau gosto infausto! Outra coisa incomprensível é o fosso. Como os árbitros são uns queridos para o Sporting respondemos com amor e proporcionamos as melhores condições do mundo aos profissionais do apito. Não vão eles, coitados, sentir-se pressionados pelos adeptos enfurecidos. Se eu fosse um árbitro comprado escolheria sempre Alvalade para ir explanar a minha corrupção.
A expressão "Salvo pelo gongo" aplica-se bem ao Boloni mas trocando o "gongo" por "Jardel". Este Romeno estava destinado a ser mais um treinador "erro de casting" para a vasta colecção do Sporting não fosse o Jardel cruzar-se no seu caminho. Nas primeiras jornadas, antes de aparecer o "salvador da pátria", já se viam lenços brancos em Alvalade. O Jardel pode ter muitos defeitos mas que o Sporting e o Boloni lhe devem um campeonato e uma taça, ai isso devem!
Este boneco foi dos últimos que fiz para o livro Caretas do Sporting já naquela fase do despachar para o livro ir para a gráfica.
Aquelas folhas que ele está a arrancar são do bloco de notas que mais tarde deram em livro, um bestseller.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sporting 3

Tinha consciência do risco que estava a tomar ao sair do armário e assumir o meu sportinguismo. Este blogue nunca mais foi o mesmo. Sobrou apenas uma das três pessoas que o acompanhavam. Afugentei a passarada. Se me tivesse assumido como um gestor corrupto de um banco, com ligações à Al-Qaeda, pedófilo com tendências sadomasoquistas, que faz depilação a laser nas axilas e que usa lingerie tigresa teria sido menos fracturante.
O que mais divide os portugueses é a clubite aguda. Quando alguém me diz que é do Sporting fica logo em estado de graça na minha consideração. Um homem justo, trabalhador, cumpridor da lei, amigo do amigo, altruísta que dedica a vida a ajudar os outros, simpático, bem cheiroso, etc. mas que é do Benfica consegue mesmo assim ficar num plano abaixo de um serial killer mal-cheiroso sportinguista.
Dos 3 grandes o Sporting é de longe a equipa mais discriminada. Sim, estou a falar das arbitragens. Os outros dizem que somos uns choramingas em permanente queixume. Claro que somos e com muitas razões de queixa. É o que nos resta! O lado bom disto tudo é que ficamos com estofo de campeões para a vida. Quem aguenta aquelas arbitragens aguenta tudo.

Estes 3 bonecos também são do livro das Caretas do Sporting. O segundo cartoon requer alguma explicação. Aquela personagem fantasmagórica é o Rodolfo Rodrigues (um dos piores guarda-redes que passou pelo Sporting) a atormentar o Sousa Cintra que, reza história, lhe ficou a dever dinheiro. Para saberem pormenores comprem o livro.
O bigodudo é o Mezaros, ao contrário do Rodolfo Rodrigues, foi um dos melhores que passou pela nossa baliza.