O Brasil é muito “bacana”. O Rio de Janeiro, à parte as balas perdidas, é muito agradável. Chega a bater, em termos de beleza natural, Santa Comba Dão. Deus estava inspirado quando passou por esta parte do mundo e nem os prédios nem as favelas conseguiram dar cabo da paisagem. Bendita a hora em que o Pedro Álvares Cabral descobriu o caminho para este paraíso, ficámos para sempre ligados a esta terra.
Não percebo porque é que a Maitê Proença e companhia desprezam os seus progenitores. Deviam ler melhor os livros de história. Os brasileiros até tiveram sorte em terem os portugueses como colonizadores, se tivessem sido os espanhóis não teria sobrado um índio para contar a história. Ok, ultimamente, dos portugueses só usufruem do pãozinho quente pela manhã, mas nem sempre foi assim.
No passado, por exemplo, durante muito tempo, receberam aulas de etiqueta e boas maneiras da Senhora Dona Carlota Joaquina*.
Deixámos muito património no Brasil, a começar pela língua. Hoje em dia há algumas diferenças, mas a base é a mesma. Por exemplo, se me virasse para um brasileiro e lhe dissesse “Olá rapaz, colocar um autocolante no autoclismo cheio de rebuçados é extremamente piroso” ia ficar a olhar para mim a achar que eu era russo. Para me perceber (entender) teria de dizer “Oi moço, botar um adesivo na descarga cheia de balas é bem cafona”.
Para além de todas as maravilhas que há no Brasil para inglês ver também há maravilhas para albanês ver. São bem menos recomendáveis mas também têm o seu encanto. Estou a falar das favelas e da sua famigerada violência.
O Homem é um selvagem! Não vale a pena virem defender a espécie “Ai coitadinho, é tão sensivel, comove-se tanto…” O “tanas”! O Homem é uma besta!
A história da humanidade é feita de guerra, sangue e morte e não dá sinais de abrandamento. A primeira coisa que o homem aprendeu foi a bater com um pau na cabeça de outro homem, depois evoluiu para a espada... pistola, mais recentemente para a bomba atómica e por aí adiante.
“Ai as crianças coitadinhas são tão inocentes…” O “tanas”! As crianças são umas bestas! Nascem logo de garras afiadas prontas a limpar o sebo ao colega do berço do lado. O Homem em qualquer fase da vida é um predador, uma máquina de destruição maciça, uma besta!
Voltando às favelas, aqui a violência encontra-se no estado mais puro e pré-histórico de selvajaria. A esperança de vida numa favela é de 25 anos. No filme Tropa de Elite percebe-se bem esta cultura da violência, dos bailes funks e dos microondas.**
Apesar da violência, não me importava lá viver. É o nosso país irmão, somos da mesma família, para mim o Liedson, o Polga e o Pedro Silva são meus primos. A nossa selecção devia ter 11 brasileiros, só tinhamos a ganhar com isso! Viva o Brasil, o Carnaval, a caipirinha, Grumari, Parati, Ubatuba, Tabatinga e os índios Guarani.
Aproveito este primeiro post de 2010 para desejar bom ano a todos. Fiz umas alterações de início de ano na decoração aqui do estaminé, retirei o símbolo gripe H1N1 (uma verdadeira desilusão, este vírus) e substituí-o por um gambuzino.
Este blog vai continuar o seu caminho, num ritmo mais lento do que no ano passado, porque o tempo, infelizmente, escasseia.
*Era espanhola mas não interessa para o caso. Foi Rainha de Portugal.
**É a maneira como os traficantes “assam” as personas non gratas. Empilham uns pneus, põem lá dentro a vítima e pegam fogo.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
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15 comentários:
O teu desejo da selecção "nacional" dever ter 11 jogadores brasileiros (se são brasileiros - ou de outra nacionalidade - como podem ser da selecção nacional?) dá muito pano para mangas. A mim entristece-me, mas sou eu. De qualquer forma, para lá caminha. Continua com o blog, mesmo que a ritmo mais lento. Abração (com sotaque brasileiro).
Essa da colonização portuguesa ter sido muito branda é uma daquelas falácias que vêm dos tempos dos manuais de História salazarentos. Nós?! Nós fomos bonzinhos! Os espanhóis é que foram uns mauzões. Deixem-se de tretas, qualquer colonização é sempre a morte da civilização precedente! Felizmente o povo que surgiu no Brasil depois da misturada que os portuguese lá fizeram resultou bem, mas a cultura índia que sobrou é poucochinho, ainda assim.
Achei que o blog tinha morrido ao lado do 2009...
Felizmente não.
Bom 2010.
Pedro,
Legal , digo Giríssimo, seu "post". Apesar de carioca reconheço que nada bate a beleza de Santa Comba Dão ... mas onde fica mesmo ? Brincdeiras à parte ficaram ótimas suas charges ! Abraços
Jarbas
Oi amigo....excelente 1010 para ti e para o Clã...
Os teus cartoons estao cada vez melhores...fantastico
Abração
hahaha! clap clap clap!!
Muito bom...começas o ano em grande estilo! Adorei o testo e os cartoons como já nos habituaste - geniais :D
sim...o homem é uma BESTA! diz o Dan Brown que agora da bomba atómica já se evoluiu para a anti-matéria...ME-DO! he he
Epah...não falaste do Sporting! nem de futebol! clap clap clap!
abração e bom 2010
Francisco
*Texto (sorry)
Eh lá, grande pausa... 1 mês? Estavas a ficar sem ideias? Olha, pega no caso Sá Pinto, e manda às malvas a promessa de não falar no Sporting!
Abraço
Sempre que penso no Brasil, vem logo à cabeça um país grande em tudo.
Quer na sua dimensão (com maior área na América do Sul), quer nas assimetrias sociais entre as pessoas (umas demasiado ricas, outras demasiado pobres) onde a classe média quase não existe, quer na criminalidade (onde de um momento para o outro em qualquer dia do ano, pode-se ser raptado, assaltado ou assassinado).
É claro que o Brasil também tens os seus aspectos mais agradáveis (por enquanto ainda tem uma enorme floresta tropical, que constitui o pulmão do planeta, mas daqui a vinte anos já era...), as pessoas apesar de tudo são mais alegres e descontraídas que os tristonhos portugueses, fora outras coisas.
Dos colonizadores, não tenho dúvidas nenhumas que se em vez dos portugueses terem lá estado fossem os espanhóis já não haveria nem sequer um único índio na Amazónia.
Mas como fomos nós que por lá andamos, ainda fizemos algo mais. Acrescentamos mais uma variedade ao branco e ao índio, o mestiço.
Nada melhor que um português para fazer mestiços, seja em África ou na Índia ou no Brasil.
Pelo que tenho visto, agora chegou a altura dos colonizados vingarem-se nos colonizadores.
Primeiro mandam-nos com várias vagas de emigrantes brasileiros de todo o tipo de classes e de qualificações.
Como se não estivessem contentes agora levamos com um acordo ortográfico que acaba de vez com a língua portuguesa. E depois ainda dizem eles (os brasileiros) que falam português, quando o que se fala por aquelas bandas é uma mistura de índio, creolo e de português que resulta em algo muito mau.
Um grande abraço.
Sejam sempre bem vindos aqui a este departamento mesmo que seja para insultar.
O Brasil já lá vai... infelizmente.
um abraço aos habitués e um abraço especial ao Jarbas um anfitrião de primeira.
Sou brasileiro e concordo em parte com o seu comentário. Acho que o Brasil tem realmente muito de Portugal, mas temos também muito dos africanos, dos imigrantes de outras nacionalidades (sobretudo italianos, alemães, japoneses e outros) e dos poucos índios que restaram.
Quanto à "brandura" da colonização portuguesa, discordo. Foi tão violenta quanto a Espanhola e os espanhóis também deixaram miscigenação de raças em todas as suas ex-colônias, como por exemplo o Peru e o México. Aliás, sabia que o Brasil é o país com o menor percentual de indígenas das Américas em relação à sua população total? Pois é, a colonização não foi tão branda assim....
E o pãozinho quente pela manhã é verdade...não sei porque, mas a maioria das padarias das grandes cidades brasileiras é dos "purtuguesish, ó pá". As piadas provém daí :-)
Abração!
P.S: O que tem a Maite Proença a ver com a história?
Ah, e pro BL acima: resulta em algo tão "mau" que vcs consomem tudo quanto é porcaria brasileira enquanto aqui ninguém lembra que Portugal existe (a não ser nas piadas, of course) :-)
Nós ditamos as normas da língua. Somos 200 milhões e somos a oitava economia do mundo e vamos ocupar o 5o. lugar em breve. Enquanto isso, Portugal continua sendo o pais mais pobre da Europa (sem qq ofensa) e exportando emigrantes pra todos os lados.
Caro anónimo brasileiro,
Bem-vindo aqui ao blog.
O Brasil é o número 1 em beleza natural... já em beleza artificial... Quanto à brandura dos portugueses é provavel que esteja enganado, por isso é que este blog se chama traços gerais, são generalidades sem grande ciência.
hoje em dia somos dos mais pobres da Europa, mesmo assim dá para sermos ricos em relação ao resto do mundo. O que ninguém nos tira é que há 500 anos fomos os maiores, exactamente quando descobrimos o Brasil.
Caro Pedro,
seu trabalho é muito bom, parabéns!
Aqui no Brasil ninguém reconhece as coisas boas que Portugal fez pelo país.
Infelizmente. O brasileiro é um povo ingrato e esquecido da sua história. Isso falo como neto e bisneto de portugueses e espanhóis.
Existe um abismo cultural intransponível entre nossos países. O Brasil é um país de analfabetos, que teimam em adorar a ignorância, enquanto Portugal é berço de uma cultura gigantesca.
A literatura brasileira é um exemplo disso. Ela cultua sempre o bandido, o errado, enquanto a pessoa de bem é sempre humilhada e ridicularizada.
Um exemplo da mesquinharia da sociedade brasileira é a Teoria do Medalhão, de Machado de Assis (uma das poucas exceções). É o famoso parecer ser, a exaltação dos medíocres.
Como nos brasileiros podemos esquecer um Camões, um Camilo Castelo Branco, um Fernando Pessoa?
Aqui a estupidez impera, e por isso os problemas sociais tão graves nos afligem.
Um país onde 50.000 pessoas são assassinadas anualmente não poderia ser diferente.
Onde o tráfico de drogas domina as ruas.
Onde crianças se prostituem por um prato de feijão.
Um presidente da república, analfabeto funcional, se orgulha de nunca ter lido um livro.
Onde a atual presidente teima em ser chamada de "presidenta".
Grande abraço,
Alexandre Pereira
Caro Pedro,
seu trabalho é muito bom, parabéns!
Aqui no Brasil ninguém reconhece as coisas boas que Portugal fez pelo país.
Infelizmente. O brasileiro é um povo ingrato e esquecido da sua história. Isso falo como neto e bisneto de portugueses e espanhóis.
Existe um abismo cultural intransponível entre nossos países. O Brasil é um país de analfabetos, que teimam em adorar a ignorância, enquanto Portugal é berço de uma cultura gigantesca.
A literatura brasileira é um exemplo disso. Ela cultua sempre o bandido, o errado, enquanto a pessoa de bem é sempre humilhada e ridicularizada.
Um exemplo da mesquinharia da sociedade brasileira é a Teoria do Medalhão, de Machado de Assis (uma das poucas exceções). É o famoso parecer ser, a exaltação dos medíocres.
Como nós brasileiros podemos esquecer um Camões, um Camilo Castelo Branco, um Fernando Pessoa?
Aqui a estupidez impera, e por isso os problemas sociais tão graves nos afligem.
Um país onde 50.000 pessoas são assassinadas anualmente não poderia ser diferente.
Onde o tráfico de drogas domina as ruas.
Onde crianças se prostituem por um prato de feijão.
Um presidente da república, analfabeto funcional, se orgulha de nunca ter lido um livro.
Onde a atual presidente teima em ser chamada de "presidenta".
Grande abraço,
Alexandre Pereira
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