domingo, 28 de dezembro de 2008

Televisão Não!

Deviam acabar com a televisão!
Foi bom enquanto durou, aprendemos imenso com ela, realmente aquela caixa mudou o mundo, mas agora basta! É por demais evidente que entrou em declínio e devia ser considerada um produto ilícito. Alguém proibia a televisão! Arranjem uma polícia de estado, tipo PIDE, especializada em perseguir todas as pessoas que não cumpram esta nova lei marcial. Quem for apanhado a consumir televisão será vergastado nos calabouços. Quem denunciar um vizinho ou um amigo será recompensado monetariamente e terá as portas abertas para uma carreira política.
O que não aparece na televisão não existe? Muita gente pensa assim. Vivemos obcecados e deformados pela televisão, como se não existisse vida para além dela. Mas existe sim! É por isso que quero acabar com a televisão, para provar que a vida seria muito mais interessante sem este empecilho.
Seria bom uma desintoxicação colectiva para nos libertarmos desta dependência. Temos de regressar às origens, reencontrar-nos com a natureza em vez de ficarmos fechados em casa a estupidificar em frente a este sistema electrónico de transmissão de imagens instantâneas de objectos fixos ou em movimento, acompanhadas de som, pela análise e conversão da luz e do som em ondas eléctricas seguidas de reconversão, captadas num aparelho que tem um tubo de raios catódicos responsáveis pela construção de uma imagem a partir de 625 (ou 405) linhas, cada uma delas com 400 pontos de luz!
— Ah, mas a televisão é uma boa companhia para as pessoas sozinhas!
— Ah sim?! Mais vale só do que mal acompanhado!
Se não existisse a televisão essas pessoas sozinhas teriam muito mais possibilidades de se darem com outras pessoas que também não estivessem a ver televisão! A televisão não aproxima as pessoas, afasta-as! A televisão é responsável pela solidão de muita gente e é um obstáculo às relações humanas.
Ninguém sobrevive à televisão (da mesma maneira que começo a achar que ninguém sobrevive a um blogue)! Mesmo os mais resistentes acabam por ser devorados. O desgaste da imagem é inevitável e quanto mais tempo por lá se arrastarem pior é. Aparentemente é uma maneira fácil de se ganhar notoriedade, de se ser famoso. Mas é uma armadilha, uma ilusão com uma factura muito elevada a pagar.
— Mas porquê tanto ódio à televisão?! O que se passa contigo???
— Passo a explicar: há muitos anos que pratico zapping no sofá. Assumo que sou um “televiso-dependente”. Perco anos de vida a olhar para aquela caixa estupidificante, a queimar os poucos neurónios que me restam. Pergunto-me que homem seria se não existisse televisão?!
É por isso que lanço esta cruzada, para deixarmos de ser prisioneiros daquele aparelho diabólico. Só com medidas radicais é que se consegue acabar com um flagelo! Televisão Não!

Não percam os próximos posts: “Cinema Não!” e “Futebol Não!

7 comentários:

Nelson Santos disse...

Epá gosto bué dos teus textos! Bom ano 2010 para ti Pedro.

Zé Oliveira disse...

...e "Futebol Não!"
...e "Banca Privada não!"
...e "Imprensa gratuita nâo!"
...e "( preencha você )não!"
...e abraço p'ó Pedro sim!"

Anónimo disse...

Fico a aguardar os "comunas não"!!!

Anónimo disse...

hoje mesmo vou a tua casa buscar a tua televisão.

Anónimo disse...

Está nas tuas mãos!
Se és o dono do comando aí em casa (eu sei que és), tens o poder de desligar a televisão!

Anónimo disse...

Se por acaso o Filipe Condado ainda não passou por aí, vêmo-nos à hora de almoço!...
Então imagina, televisão ligada ao dvd e a uma fantástica consola Wii (presente deste Natal)?
Abraços

Anónimo disse...

ó pázinho nunca leste o Mc Luhan? Não sabes que a TV desenvolve capacidades mentais? A virtude está no equilíbrio e está-me a parecer que o estás a perder com tanta bordoada a terceiros. Vê lá se para além das ilustradoras ainda tens que arrostar um exército de Crespos e Cªs