Jesus Correia foi o violino que viveu até mais tarde. Ainda foi a tempo de dar o pontapé de saída no jogo inaugural do novo estádio de Alvalade. A sua longevidade deveu-se ao facto de ter sido um desportista nato. Jogou futebol e hóquei em patins de alta competição durante 14 anos. Acabou por optar pelo hóquei a tempo inteiro porque lhe davam melhores condições. Era o homem dos sete instrumentos, chegou a ser actor num revista. Para a história ficam os seis golos que marcou ao Atlético de Madrid num só jogo. Homens com esta fibra fazem falta ao Sporting.
Hilário, um ícone do Sporting e da Selecção Nacional. Jogou 15 anos com a camisola número 3 às costas, 629 jogos, 3 Campeonatos Nacionais, 3 Taças de Portugal e 1 Taça das Taças. Não participou na final da dita Taça das Taças (já extinta) porque teve a infelicidade de partir uma perna no jogo antes com o Vitória de Setúbal.
Ainda hoje o vejo em Alvalade a assistir aos jogos do Sporting.
Faz parte da mobília, é uma grande referência do nosso clube.
Talvez por respeito o meu inconsciente não me permitiu exagerar muito a caricatura.
"AI FOI O PÉ! FOI O PÉ! FOI O PÉ DIREITO QUE CHUTOU A BOLA ASSIM DAQUELE JEITO!!!" Esta é uma das estrofes de uma música do disco que foi gravado quando o Sporting ganhou a Taça das Taças. Ouvi-o tantas vezes que ainda me lembro das letras. Tudo à volta do cantinho do Morais. Quando passam estas músicas em Alvalade entro em êxtase: "A TERRA ESTREMECEU E VERDE SE TORNOU, UM SONHO ACONTECEU, UM GOLO SÓ BASTOU, UM GOLO DE MORAIS, QUE NÃO SE ESQUECE MAIS... (POM, POM, POM) VIVA O SPORTING!!!!! GRITOU A MULTIDÃO EM OVAÇÃO, QUE TEVE A GRAÇA PARA GANHAR A GRANDE TAÇA POIS ENTÃO... ETC, ETC..."
Ainda não era nascido na altura desta efeméride. Em termos de timing, e falando como adepto do Sporting, nasci na altura errada. Apanhei em cheio os 18 anos de trevas.
Vitor Damas, outro icone do Sporting que tive a honra de caricaturar. O Benfica tinha o Eusébio, nós tinhamos o Damas. Já só assisti aos jogos de fim da carreira mas deu para ver o guarda-redes que ele era. Alguém disse que o Vitor Baía até a sofrer golos era elegante. Nós tivémos a sorte de ter um guarda-redes que era elegante mas a defender as bolas. Que descanse em paz! Mais uma vez não consegui ser "mau" na caricatura.
Todos estes bonecos pertencem ao livro das Caretas do Sporting.
Como podem ver este blog está a ficar verde. Todo eu sou verde. Adoro o verde, 80% da minha roupa é verde, o meu sangue é verde. A comida que faz melhor à saúde são "os verdes". Por acaso não sou do partido "Os Verdes". No outro dia fui comer Papas de Sarrabulho e fiquei verde. Não só com a conta que tive de pagar mas também porque aquilo me deu a volta à tripa.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
Sporting 1
Inevitavelmente tinha de vir parar aqui... a este tema. Adiei ao máximo, resisti enquanto pude, mas agora cedi, a barragem transbordou. Preciso falar do Sporting, é mais forte do que eu! SPOOOOOOORTING, SPOOOOOOOOORTING! FORÇA SPORTING OLÉ, FORÇA SPORTING OLÉ... SÓ EU SEI, PORQUE NÃO FICO EM CASA!
Abro aqui uma porta, uma caixa de Pandora, um precedente sem retorno. É como entrar nos "entas", nunca mais se sai. Este post "Sporting 1" é o primeiro de muitos. Lá para o "Sporting 479" pensarei em mudar. Há pessoas que, quando se toca num tema, por exemplo a tropa, nunca mais se calam. O Sporting é a "minha tropa".
Mais do que a fome no Mundo, mais do que os problemas do desemprego, mais do que as violações dos direitos humanos, o que mais me preocupa é o Sporting.
Pelo Sporting enfiava-me num avião e chocava contra um arranha-céus.
À noite, em vez de contar carneiros, adormeço a pensar em táticas para o Sporting.
O Sporting é um clube diferente! Os nossos adversários sabem disso. Têm mais títulos sem dúvida, mas lá no fundo, bem lá no fundo, sabem que nós somos especiais, somos os "Special Ones". Queriam ser como nós! Sabem que somos mais educados, mais bem lavados, que não dizemos prenda mas sim presente, que não dizemos sanita mas sim retrete, que chamamos tia à nossa própria mãe e que descendemos de um Visconde.
O único estádio (esqueçam os azulejos) onde podemos passar por um país do primeiro mundo é o de Alvalade. Dá gosto ir a Alvalade, as pessoas são civilizadas (esqueçam a Juventude Leonina). Falo com conhecimento de causa, já fui a muitos estádios por esse país fora, assitir a jogos do Sporting, em especial à Luz, e digo que tenho muita sorte de ainda estar vivo. Estar na Faixa de Gaza com o lenço palestiniano é menos perigoso do que ir à Luz com um cachecol do Sporting!
Um dos grandes responsáveis pela minha sportinguite aguda é este senhor aqui caricaturado. Foi o melhor presidente que o Sporting teve até hoje, sete campeonatos ganhos em oito anos de presidência e que dá pelo nome de António Ribeiro Ferreira, meu avô.
O sangue verde "runs in the family". São motivos genéticos que servem de atenuante para qualquer comportamento irracional que tenha em prol do Sporting.
Foi o meu avô que juntou os 5 Violinos. Quando chegou a presidente já lá estavam o Peyroteo, o Jesus Correia e o Albano. Foi buscar o Vasques e o Travassos para completar o quinteto. Fez uma sociedade com estes dois chamada Cofril, para lhes garantir emprego e para não se irem embora. Naquele tempo os jogadores eram completamente amadores, não haviam cá Cristianos Ronaldos. Arranjavam empregos a sério e nos tempos livres jogavam futebol.
E assim é que devia ser ainda hoje.
Ainda me lembro do campeonato que o Sporting ganhou em 82. É das minhas recordações mais antigas. Lembro-me do Mezaros a ser levado em ombros e em cuecas.
O que nunca me esqueci foram os 18 anos seguintes de travessia no deserto. Por pouco não fiquei ateu.
Deus tarda mas não falha e com o Augusto Inácio à cabeça e com o Schmeichel, André Cruz, Acosta e companhia como tronco e membros, lá conseguimos ser campeões.
Foi magnífico ver os Sportinguistas a saírem da toca a festejarem e a desmoronarem o mito urbano dos 6 milhões.
Todos estes bonecos estão no livro Caretas do Sporting que fiz juntamente com o Luís Miguel Pereira, Carlos Laranjeira e Ricardo Galvão. Dos 5 livros das caretas que fizémos este é o que mais gosto.
Abro aqui uma porta, uma caixa de Pandora, um precedente sem retorno. É como entrar nos "entas", nunca mais se sai. Este post "Sporting 1" é o primeiro de muitos. Lá para o "Sporting 479" pensarei em mudar. Há pessoas que, quando se toca num tema, por exemplo a tropa, nunca mais se calam. O Sporting é a "minha tropa".
Mais do que a fome no Mundo, mais do que os problemas do desemprego, mais do que as violações dos direitos humanos, o que mais me preocupa é o Sporting.
Pelo Sporting enfiava-me num avião e chocava contra um arranha-céus.
À noite, em vez de contar carneiros, adormeço a pensar em táticas para o Sporting.
O Sporting é um clube diferente! Os nossos adversários sabem disso. Têm mais títulos sem dúvida, mas lá no fundo, bem lá no fundo, sabem que nós somos especiais, somos os "Special Ones". Queriam ser como nós! Sabem que somos mais educados, mais bem lavados, que não dizemos prenda mas sim presente, que não dizemos sanita mas sim retrete, que chamamos tia à nossa própria mãe e que descendemos de um Visconde.
O único estádio (esqueçam os azulejos) onde podemos passar por um país do primeiro mundo é o de Alvalade. Dá gosto ir a Alvalade, as pessoas são civilizadas (esqueçam a Juventude Leonina). Falo com conhecimento de causa, já fui a muitos estádios por esse país fora, assitir a jogos do Sporting, em especial à Luz, e digo que tenho muita sorte de ainda estar vivo. Estar na Faixa de Gaza com o lenço palestiniano é menos perigoso do que ir à Luz com um cachecol do Sporting!
Um dos grandes responsáveis pela minha sportinguite aguda é este senhor aqui caricaturado. Foi o melhor presidente que o Sporting teve até hoje, sete campeonatos ganhos em oito anos de presidência e que dá pelo nome de António Ribeiro Ferreira, meu avô.
O sangue verde "runs in the family". São motivos genéticos que servem de atenuante para qualquer comportamento irracional que tenha em prol do Sporting.
Foi o meu avô que juntou os 5 Violinos. Quando chegou a presidente já lá estavam o Peyroteo, o Jesus Correia e o Albano. Foi buscar o Vasques e o Travassos para completar o quinteto. Fez uma sociedade com estes dois chamada Cofril, para lhes garantir emprego e para não se irem embora. Naquele tempo os jogadores eram completamente amadores, não haviam cá Cristianos Ronaldos. Arranjavam empregos a sério e nos tempos livres jogavam futebol.
E assim é que devia ser ainda hoje.
Ainda me lembro do campeonato que o Sporting ganhou em 82. É das minhas recordações mais antigas. Lembro-me do Mezaros a ser levado em ombros e em cuecas.
O que nunca me esqueci foram os 18 anos seguintes de travessia no deserto. Por pouco não fiquei ateu.
Deus tarda mas não falha e com o Augusto Inácio à cabeça e com o Schmeichel, André Cruz, Acosta e companhia como tronco e membros, lá conseguimos ser campeões.
Foi magnífico ver os Sportinguistas a saírem da toca a festejarem e a desmoronarem o mito urbano dos 6 milhões.
Todos estes bonecos estão no livro Caretas do Sporting que fiz juntamente com o Luís Miguel Pereira, Carlos Laranjeira e Ricardo Galvão. Dos 5 livros das caretas que fizémos este é o que mais gosto.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Hugo Chavez
Mais um boneco que saiu na saudosa MAGAZINE - Grande Informação acompanhado pelo respectivo texto (bastante datado, o Bush ainda era presidente). Este é o caso típico em que o orginal supera em rídiculo qualquer caricatura que se faça.
Hugo Chavez
Não estava nos meus planos fazer um boneco sobre uma figura de um país como a Venezuela (sobre este país sei que a Miss Venezuela é sempre uma das finalistas no concurso Miss Mundo e pouco mais). Mas nestes últimos tempos, o seu presidente tem feito tanto barulho, tem deitado tantos foguetes, tem cantado de galo tão alto, que acabou por conquistar um lugar no meu influenciável coração de caricaturista.
É mais um para a colecção de ditadores doidos varridos que proliferam por esse Mundo fora e que nascem como cogumelos, em especial, na América Latina. Ainda aparecem, nos dias de hoje, personagens dignas dos livros do Tintim. Hugo Chavez nem é especialmente original. O tipo de discurso anti-americano, anti-globalização, anti-tudo, já está mais do que gasto. Repete a lenga-lenga do Fidel Castro e está em biquinhos de pés para o suceder. A importância que conseguiu alcançar deve-se ao facto de estar carregadinho de ouro negro até ao tutano. Nos dias de hoje o tempo de antena dos ditadores mede-se pelo número de barris de petróleo que cada um tem.
O mais extraordinário é que insulta o país que é o seu principal cliente. Tem tanto petróleo que até se dá ao luxo de chamar burro, assassino, bêbado, atrasado mental, ao presidente do país mais poderoso do Mundo. Disse que cheirava a enxofre, em plena sede da ONU, depois de o demónio (Bush) ter passado por lá.
Internamente vai tentando passar uma imagem de democrata. Tem um programa de televisão, “Alô Presidente”, em que supostamente interage com o país e de vez em quando faz uns referendos para mostrar que se interessa pela opinião do povo. Quando o resultado não lhe interessa vem ao de cima o seu fair-play e solta uns quantos “grande mierda”.
A conclusão que se pode tirar é que não estamos preparados para viver em democracia. Já fizémos umas quantas tentativas, houve boas intenções, mas acabamos sempre por regressar ao modelo mais fácil: a ditadura.
O problema não está na democracia em si, está nas pessoas, são geneticamente corruptas. Mesmo os países supostamente civilizados não gostam muito dos verdadeiros democratas.
Há um ditador em cada um de nós e no fundo gostamos de tipos como o Hugo Chavez. Nós, os portugueses em particular, recebemos todo o tipo de facínoras de braços abertos, com um sorriso rasgado e palmadinhas nas costas. O que mais me chocou na visita do Hugo Chavez a Portugal foi a descrição que ele fez do povo português. Em tom paternalista disse que éramos uns padeiros muito trabalhadores. Se não fôssemos tão submissos e politicamente correctos, deveríamos ter dado um murro na mesa e soltado um "Por que não te calas?!"
Hugo Chavez
Não estava nos meus planos fazer um boneco sobre uma figura de um país como a Venezuela (sobre este país sei que a Miss Venezuela é sempre uma das finalistas no concurso Miss Mundo e pouco mais). Mas nestes últimos tempos, o seu presidente tem feito tanto barulho, tem deitado tantos foguetes, tem cantado de galo tão alto, que acabou por conquistar um lugar no meu influenciável coração de caricaturista.
É mais um para a colecção de ditadores doidos varridos que proliferam por esse Mundo fora e que nascem como cogumelos, em especial, na América Latina. Ainda aparecem, nos dias de hoje, personagens dignas dos livros do Tintim. Hugo Chavez nem é especialmente original. O tipo de discurso anti-americano, anti-globalização, anti-tudo, já está mais do que gasto. Repete a lenga-lenga do Fidel Castro e está em biquinhos de pés para o suceder. A importância que conseguiu alcançar deve-se ao facto de estar carregadinho de ouro negro até ao tutano. Nos dias de hoje o tempo de antena dos ditadores mede-se pelo número de barris de petróleo que cada um tem.
O mais extraordinário é que insulta o país que é o seu principal cliente. Tem tanto petróleo que até se dá ao luxo de chamar burro, assassino, bêbado, atrasado mental, ao presidente do país mais poderoso do Mundo. Disse que cheirava a enxofre, em plena sede da ONU, depois de o demónio (Bush) ter passado por lá.
Internamente vai tentando passar uma imagem de democrata. Tem um programa de televisão, “Alô Presidente”, em que supostamente interage com o país e de vez em quando faz uns referendos para mostrar que se interessa pela opinião do povo. Quando o resultado não lhe interessa vem ao de cima o seu fair-play e solta uns quantos “grande mierda”.
A conclusão que se pode tirar é que não estamos preparados para viver em democracia. Já fizémos umas quantas tentativas, houve boas intenções, mas acabamos sempre por regressar ao modelo mais fácil: a ditadura.
O problema não está na democracia em si, está nas pessoas, são geneticamente corruptas. Mesmo os países supostamente civilizados não gostam muito dos verdadeiros democratas.
Há um ditador em cada um de nós e no fundo gostamos de tipos como o Hugo Chavez. Nós, os portugueses em particular, recebemos todo o tipo de facínoras de braços abertos, com um sorriso rasgado e palmadinhas nas costas. O que mais me chocou na visita do Hugo Chavez a Portugal foi a descrição que ele fez do povo português. Em tom paternalista disse que éramos uns padeiros muito trabalhadores. Se não fôssemos tão submissos e politicamente correctos, deveríamos ter dado um murro na mesa e soltado um "Por que não te calas?!"
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Vários
Este ano a época dos concursos, dos salões e dos prémios de cartoon e caricatura está fechada. Fui a todas. Participei no World Press Cartoon, no Porto Cartoon, nos prémios Stuart, no Salão Vila Real de caricatura e até pela primeira vez resolvi participar num salão além fronteiras, nomeadamente no Brasil, nomeadamente em Brasília, nomeadamente no 2º SALÃO INTERNACIONAL PÁTIO BRASIL DE HUMOR SOBRE MEIO AMBIENTE mais conhecido por Ecocartoon (www.ecocartoon.com.br). Enviei 2 trabalhos sobre o tema "Poluição Urbana" e este aqui em cima foi seleccionado para a exposição.
Fico orgulhoso em saber que o meu cartoon está exposto num pátio de um shopping do outro lado do oceano, onde passam 50 mil pessoas por dia, no meio de trabalhos de cartoonistas do mundo inteiro.
Este é o caminho, a internacionalização. Vou apostar nos mercados emergentes e quem sabe transformar-me num cartoonista de sucesso no Nepal ou no Surinam. Já me registei nalguns sites internacionais de cartoons e caricaturas e dei por mim a trocar mails com sudaneses e iraquianos. Muito simpáticos e excelentes caricaturistas. A Internet é um meio privilegiado que se deve aproveitar.
Esta Amy Winehouse, juntamente com uma versão a preto e branco do Bob Dylan, foram a minha contribuição para o XIII Salão Luso-Galaico de caricatura - Vila Real 2009 sobre o tema a música. Em relação a este boneco... está lá perto mas "something is missing" como diria o Woody Allen.
Fico orgulhoso em saber que o meu cartoon está exposto num pátio de um shopping do outro lado do oceano, onde passam 50 mil pessoas por dia, no meio de trabalhos de cartoonistas do mundo inteiro.
Este é o caminho, a internacionalização. Vou apostar nos mercados emergentes e quem sabe transformar-me num cartoonista de sucesso no Nepal ou no Surinam. Já me registei nalguns sites internacionais de cartoons e caricaturas e dei por mim a trocar mails com sudaneses e iraquianos. Muito simpáticos e excelentes caricaturistas. A Internet é um meio privilegiado que se deve aproveitar.
Esta Amy Winehouse, juntamente com uma versão a preto e branco do Bob Dylan, foram a minha contribuição para o XIII Salão Luso-Galaico de caricatura - Vila Real 2009 sobre o tema a música. Em relação a este boneco... está lá perto mas "something is missing" como diria o Woody Allen.
sábado, 6 de junho de 2009
Fecho de época da caça
No seguimento do último post e numa de fechar o assunto caça, aqui vão mais uns bonecos que fiz para a mesma revista Calibre 12 lá para o ano 2000. Além dos caçatoons pediram-me para ilustrar algumas histórias de caça contadas em primeira mão por caçadores.
Estive hesitante em mostrar estes desenhos, se fosse rigoroso em seguir o raciocínio de só mostrar o melhor, e de esconder os desenhos menos conseguidos, estes provavelmente não teriam passado na inspecção. Mas serve de atenuante o facto de terem sido feitos há quase 10 anos. Gosto de constatar que evoluí desde então.
Os autores que desenham da mesma maneira toda a vida... arranjam uma receita e dali não saem. Gosto de ver por exemplo os primeiros álbuns do Franquim e comparar com os últimos. Percebemos que, em tempos, estes monstros do desenho também foram humanos e que nós também podemos chegar lá.
Além das ilustrações de artigos, pediram-me para fazer outros cartoons para publicitar as balas Melior. Atenção, muita atenção mesmo! As ideias destes cartoons e respectivos textos não são meus. Há que deixar bem claro. Só os bonecos!!!
Recebia as explicações por fax ou por carta, nessa altura utilizava-se pouco o mail, ainda por cima vindo de um caçador à moda antiga.
Identifiquei-me de tal maneira com o tipo de humor que resolvi não assinar os cartoons. Ainda podiam pensar que o argumento era meu.
Contestar ou sugerir outras ideias estava fora de questão, não só porque não convém contrariar quem costuma andar com uma caçadeira debaixo do braço, ainda por cima com cartuchos Melior, mas principalmente porque escrever uma carta de volta dava muito trabalho.
São bonecos que fazem parte do meu percurso, há que respeitá-los. Permitiram-me conhecer melhor a fauna do mundo da caça e desenhar animais que não eram nem são a minha especialidade. Se algum dia tiver de desenhar um javali, um muflão ou uma perdiz recorrerei a estes já feitos.
Fiz muitas coisas sobre caça e tornei-me um entendido, o que é obra para quem nunca deu um tiro num pássaro.
Este último desenho, como tem a ver com caça também segue neste post. É de 1998 (este é meu o limite temporal, não vou mais atrás do que isto) e foi feito para o programa do Campeonato da Europa de Percurso de Caça. Ainda a tinta da China e ecoline, não havia cá computadores.
Na altura tinha combinado encontrar-me com a pessoa (um caçador) que estava a tratar deste campeonato no Clube de Tiro de Monsanto. Atrasei-me e perdi-me em Monsanto. Quando finalmente cheguei pedi-lhe desculpa pelo atraso e expliquei-lhe as razões. Fui presenteado com um "Vai dar banho ao cão!"
Desde então esta expressão passou a fazer parte do meu vocabulário.
Estive hesitante em mostrar estes desenhos, se fosse rigoroso em seguir o raciocínio de só mostrar o melhor, e de esconder os desenhos menos conseguidos, estes provavelmente não teriam passado na inspecção. Mas serve de atenuante o facto de terem sido feitos há quase 10 anos. Gosto de constatar que evoluí desde então.
Os autores que desenham da mesma maneira toda a vida... arranjam uma receita e dali não saem. Gosto de ver por exemplo os primeiros álbuns do Franquim e comparar com os últimos. Percebemos que, em tempos, estes monstros do desenho também foram humanos e que nós também podemos chegar lá.
Além das ilustrações de artigos, pediram-me para fazer outros cartoons para publicitar as balas Melior. Atenção, muita atenção mesmo! As ideias destes cartoons e respectivos textos não são meus. Há que deixar bem claro. Só os bonecos!!!
Recebia as explicações por fax ou por carta, nessa altura utilizava-se pouco o mail, ainda por cima vindo de um caçador à moda antiga.
Identifiquei-me de tal maneira com o tipo de humor que resolvi não assinar os cartoons. Ainda podiam pensar que o argumento era meu.
Contestar ou sugerir outras ideias estava fora de questão, não só porque não convém contrariar quem costuma andar com uma caçadeira debaixo do braço, ainda por cima com cartuchos Melior, mas principalmente porque escrever uma carta de volta dava muito trabalho.
São bonecos que fazem parte do meu percurso, há que respeitá-los. Permitiram-me conhecer melhor a fauna do mundo da caça e desenhar animais que não eram nem são a minha especialidade. Se algum dia tiver de desenhar um javali, um muflão ou uma perdiz recorrerei a estes já feitos.
Fiz muitas coisas sobre caça e tornei-me um entendido, o que é obra para quem nunca deu um tiro num pássaro.
Este último desenho, como tem a ver com caça também segue neste post. É de 1998 (este é meu o limite temporal, não vou mais atrás do que isto) e foi feito para o programa do Campeonato da Europa de Percurso de Caça. Ainda a tinta da China e ecoline, não havia cá computadores.
Na altura tinha combinado encontrar-me com a pessoa (um caçador) que estava a tratar deste campeonato no Clube de Tiro de Monsanto. Atrasei-me e perdi-me em Monsanto. Quando finalmente cheguei pedi-lhe desculpa pelo atraso e expliquei-lhe as razões. Fui presenteado com um "Vai dar banho ao cão!"
Desde então esta expressão passou a fazer parte do meu vocabulário.
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