
Inevitavelmente tinha de vir parar aqui... a este tema. Adiei ao máximo, resisti enquanto pude, mas agora cedi, a barragem transbordou. Preciso falar do Sporting, é mais forte do que eu! SPOOOOOOORTING, SPOOOOOOOOORTING! FORÇA SPORTING OLÉ, FORÇA SPORTING OLÉ... SÓ EU SEI, PORQUE NÃO FICO EM CASA!
Abro aqui uma porta, uma caixa de Pandora, um precedente sem retorno. É como entrar nos "entas", nunca mais se sai. Este post "Sporting 1" é o primeiro de muitos. Lá para o "Sporting 479" pensarei em mudar. Há pessoas que, quando se toca num tema, por exemplo a tropa, nunca mais se calam. O Sporting é a "minha tropa".
Mais do que a fome no Mundo, mais do que os problemas do desemprego, mais do que as violações dos direitos humanos, o que mais me preocupa é o Sporting.
Pelo Sporting enfiava-me num avião e chocava contra um arranha-céus.
À noite, em vez de contar carneiros, adormeço a pensar em táticas para o Sporting.

O Sporting é um clube diferente! Os nossos adversários sabem disso. Têm mais títulos sem dúvida, mas lá no fundo, bem lá no fundo, sabem que nós somos especiais, somos os "Special Ones". Queriam ser como nós! Sabem que somos mais educados, mais bem lavados, que não dizemos prenda mas sim presente, que não dizemos sanita mas sim retrete, que chamamos tia à nossa própria mãe e que descendemos de um Visconde.
O único estádio (esqueçam os azulejos) onde podemos passar por um país do primeiro mundo é o de Alvalade. Dá gosto ir a Alvalade, as pessoas são civilizadas (esqueçam a Juventude Leonina). Falo com conhecimento de causa, já fui a muitos estádios por esse país fora, assitir a jogos do Sporting, em especial à Luz, e digo que tenho muita sorte de ainda estar vivo. Estar na Faixa de Gaza com o lenço palestiniano é menos perigoso do que ir à Luz com um cachecol do Sporting!

Um dos grandes responsáveis pela minha sportinguite aguda é este senhor aqui caricaturado. Foi o melhor presidente que o Sporting teve até hoje, sete campeonatos ganhos em oito anos de presidência e que dá pelo nome de António Ribeiro Ferreira, meu avô.
O sangue verde "
runs in the family". São motivos genéticos que servem de atenuante para qualquer comportamento irracional que tenha em prol do Sporting.

Foi o meu avô que juntou os 5 Violinos. Quando chegou a presidente já lá estavam o Peyroteo, o Jesus Correia e o Albano. Foi buscar o Vasques e o Travassos para completar o quinteto. Fez uma sociedade com estes dois chamada Cofril, para lhes garantir emprego e para não se irem embora. Naquele tempo os jogadores eram completamente amadores, não haviam cá Cristianos Ronaldos. Arranjavam empregos a sério e nos tempos livres jogavam futebol.
E assim é que devia ser ainda hoje.

Ainda me lembro do campeonato que o Sporting ganhou em 82. É das minhas recordações mais antigas. Lembro-me do Mezaros a ser levado em ombros e em cuecas.
O que nunca me esqueci foram os 18 anos seguintes de travessia no deserto. Por pouco não fiquei ateu.
Deus tarda mas não falha e com o Augusto Inácio à cabeça e com o Schmeichel, André Cruz, Acosta e companhia como tronco e membros, lá conseguimos ser campeões.
Foi magnífico ver os Sportinguistas a saírem da toca a festejarem e a desmoronarem o mito urbano dos 6 milhões.

Todos estes bonecos estão no livro Caretas do Sporting que fiz juntamente com o Luís Miguel Pereira, Carlos Laranjeira e Ricardo Galvão. Dos 5 livros das caretas que fizémos este é o que mais gosto.